Recentemente, a Apple disponibilizou uma atualização para seus celulares que introduziu recursos anti-rastreamento. Mas o que isso realmente significa e como sua empresa pode ser afetada? Vamos te explicar exatamente as controvérsias e o que nos aguarda para o futuro!
Privacidade é a palavra-chave!
A repercussão de escândalos protagonizados pelo Facebook como o caso da Cambridge Analytica, somados a mudanças recentes nos termos de uso do WhatsApp elevaram a pressão pública sobre as empresas. A preocupação com a granularidade dos dados coletados e as possíveis implicações acende a demanda popular por regras mais rígidas. Atendendo a essas demandas, diversos países passaram a controlar a coleta de dados instaurando regras como a Lei Geral de Proteção de Dados.
Como a tecnologia tende a avançar mais rápido que a legislação, a atenção do público se voltou para as gigantes digitais e, dentre elas, a Apple foi a primeira a se mover com o iOS 14.5. Nessa atualização, um recurso denominado App Tracking Transparency (ou transparência do rastreamento em aplicativos, na tradução para o português) previne que apps rastreiem atividade externa sem o consentimento do usuário.\
Que diferença faz esse anti-rastreamento?
Isso significa, por exemplo, que o Instagram não conseguirá coletar informações vindas do app da Centauro no seu iPhone sem a sua permissão. A partir dessa atualização, o rastreamento pode ser controlado tal como o acesso a localização e só funciona se você aceitar. Bom para os usuários, nem tanto para as empresas…
Com esse sistema anti-rastreamernto, direcionar anúncios a públicos-alvo mais específicos fica mais difícil, uma vez que o Facebook possui menos informações para dizer que tipo de anúncio vai para cada tipo de pessoa. Pelo menos nos smartphones com iOS, a rede social terá apenas o comportamento dos usuários no próprio app como insumo para personalizar seu conteúdo e o de outras empresas, perdendo um de seus mais valiosos recursos.
Resistir é inútil!
Nisso, o Facebook esbravejou, ameaçou processar a Apple e tudo, mas não teve sucesso. A gigante ainda tentou ameaçar apelar para os usuários, numa súplica de que esse é o único jeito de manter a rede social gratuita para todos, mas nem isso deu certo. Nos EUA, mercado com a maior penetração de celulares da Apple no mundo, 96% dos usuários rejeitaram a proposta!
Muitas empresas tentaram contornar a situação migrando seus orçamentos para anúncios em smartphones com Android, mas não vai durar muito tempo: o Google deve ceder à pressão e implementar uma funcionalidade similar (quiçá menos rigorosa) no Android 12 esse ano. Além disso, um recurso similar já existe nos navegadores como Microsoft Edge, Safari e Google Chrome e deve ganhar mais destaque com a crescente relevância desse debate.
E o que você pode fazer? Uma opção é rever suas estratégias de marketing para buscar formas diferentes de conquistar sua persona ou conseguir mitigar a provável imprecisão no direcionamento de anúncios. No mais, o Facebook reuniu algumas orientações para empresas anunciantes ou que possuem aplicativos que certamente ajudarão a manter a qualidade das informações que você utiliza!
A lição que fica é: não há fórmula prática e duradoura quando se trata de marketing! O mercado muda o tempo todo, mas sua empresa precisa estar preparada!
