Quem acompanha as novidades do mercado já conhece o Clubhouse de alguma forma. Mas por que tanto se fala nessa nova rede social e o que você, empreendedor, pode aprender com isso?
Afinal, o que é esse Clubhouse?
Para você que nunca ouviu falar no tal do Clubhouse, vamos começar daqui: Resumidamente, Clubhouse é uma nova rede social cujo único meio de comunicação é por conversas em áudio. É como uma mistura de podcast, grupo de WhatsApp e live do Instagram; em que pessoas que têm algo a dizer criam salas de discussão e outros usuários podem se juntar para discutir ou simplesmente para ouvir.
“Mas já existe podcast, live e grupos de conversa… por que eu preciso de mais um aplicativo?” Lembre-se que antes do Instagram já existia o Facebook, antes do WhatsApp já existia o MSN Messenger. São ferramentas aparentemente redundantes, mas a diferença está na forma de criar e interagir!
Só que essa ainda não é a história completa! Quem tem acesso à rede social, pelo menos por enquanto, são somente usuários de iPhone que receberam um convite para participar dela! Parece contraintuitivo esperar sucesso de uma plataforma que restrinja tanto seu acesso, não é? Pois aconteceu justamente o contrário!
Há uma motivação técnica…
Veja que, nessa restrição, ficaram de fora os smartphones Android – que compõem quase 72% do total de usuários de dispositivos móveis no mundo – e mesmo se você tiver um iPhone ainda vai precisar de um convite! Além disso, o nome da pessoa que te convidou aparecerá no seu perfil, então existe uma carga de cautela atrelada ao processo. Estranho, não é? Mas foi assim que eles conseguiram subir seu valor de mercado de US$100 milhões em dezembro do ano passado para US$1 bilhão em janeiro!
No caso da exclusividade da plataforma iOS, a explicação é simples: A Apple lança apenas quatro ou cinco smartphones por ano, enquanto dezenas de fabricantes lançam dezenas de smartphones com Android, todos diferentes uns dos outros. Consequentemente, um app desenvolvido para iOS é mais fácil de ser testado, pois há poucos aparelhos distintos e pouca variação entre eles. Do ponto de vista de custo, é mais viável começar desse jeito e depois expandir (e é exatamente o que eles estão fazendo).
Mas e essa história de convite? Também existe uma explicação para isso: Pense numa startup – pequena, com poucos recursos. Limitar o número de pessoas com acesso a um aplicativo é uma forma de controlar a carga de dados que ele terá de enfrentar, consequentemente prevenindo quedas de servidores e outras falhas que ocorrem com um aumento brusco de acessos.
O poder da segmentação!
“Mas vocês mesmos disseram que eles já estão valendo um bilhão, tem mais coisa nessa história?” Tem! E é aí que entra o poder da segmentação! Os primeiros perfis no Clubhouse foram de empreendedores, influenciadores e produtores de conteúdo. Naturalmente, portanto, os convites se espalharam primeiro entre outras pessoas desse meio. Mas, como empreendedores, influenciadores e produtores de conteúdo são figuras públicas e de renome, o fato de elas estarem na plataforma e disponibilizarem conteúdo nela atrai a atenção dos seguidores.
O resultado é que muitas pessoas agora sabem da existência do Clubhouse, mas apenas um grupo seleto tem acesso a ela! Então a rede social gera rebuliço do lado de fora, com milhões de pessoas sedentas por um convite, mas poucas realmente terão acesso nesse primeiro momento. O fato de o nome do convidador aparece no perfil do convidado, não vale a pena simplesmente distribuir convites a pessoas desconhecidas internet afora!
A estratégia não é nova, o Hotmail, o Orkut e o Nubank já utilizaram esse formato antes do Clubhouse. Mas a lição é sempre a mesma: não pense que segmentar seu público implica limitar o potencial do seu produto ou serviço! Uma boa segmentação é fundamental para controlar seu crescimento, otimizando os recursos da sua empresa e, quem sabe, maximizar seu lucro!